O dia em que dei consentimento a uma proposta que detestei.

Language: English

Era só mais uma reunião das 7h30 da manhã de quinta – nossa reunião semanal do círculo de apoio da Sociocracy For All, com três integrantes presentes. Todo mundo estava no limite.

Os últimos meses tinham sido uma fase de crescimento descontrolado e, embora isso tenha sido emocionante e maravilhoso, a constante mudança e evolução dos papéis e processos tinha sido desgastante para nós. Parecia que tínhamos que crescer um pouco mais a cada dia. O ritmo tinha aumentado tanto que todo o nosso foco estava na consolidação – foi o nosso quarto ano desde o início desta organização, passando de uma estrutura familiar baseada na nossa na sua sala de estar para 120 membros ao redor do mundo, com tudo em escala maior. Foi por isso que o 4º ano recebeu um tema: facilitar que outras pessoas replicassem o que a gente tinha feito e consolidar todas aquelas partes móveis (que pareciam demais) antes de começar o que projetamos para o nosso 5º ano: a grande expansão!

A proposta na mesa naquela manhã de quinta-feira era realcoar todas as senhas de todas as dezenas de ferramentas que estávamos usando em uma conta unificada. Era razoável e necessário. E eu sabia que na velocidade em que eu estava me movendo na época, isso iria inadvertidamente aumentar o caos. Eu estava usando um sistema diferente do de todas as outrsa pessoas e coisas assim nunca correm bem. E ficar fechado para fora das ferramentas tecnológicas num momento em que tudo precisa ser feito rapidamente não era algo que eu estava ansioso para fazer. Um membro da equipe tinha formulado a proposta e a trouxe para a nossa reunião. Seguindo o nosso processo sociocrático de sempre, a proposta foi lida e compreendida. Então seguimos para a típica rodada de reações. As outras pessoas na equipe se manifestaram e chegou a minha vez. Às vezes chamamos esse momento de “rodada de reações rápidas”, maso que eu estava compartilhando não era uma reação rápida! Esbravejei por cinco minutos. Eu estava com medo de que o caos das senhas me atrasasse. Odiei que a ferramenta escolhida para a unificação não era aquela a que estava habituado. Havia tantos aspectos que me incomodavam que eu nem consigo me lembrar de todos! Terminei a minha reclamação; a pessoa que estava facilitando iniciou a rodada de consentimento. Um membro da equipe consentiu. Chegou a minha vez. Naturalmente, eu consenti, fazendo com que o terceiro membro da equipe quase pulasse da cadeira de surpresa! Mas eu não tinha acabado de expressar longamente o quanto eu era contra a proposta? Ele até se sentiu tentado a trazer uma objeção no meu lugar.

Porque consenti a proposta que eu detestava? Porque eu sabia que era necessário. Porque eu sabia que, neste caso, fazer uma escolha – quase qualquer escolha! – unificaria os nossos esforços e nos aproximaria mais do nosso objetivo de “Providenciar para que a SoFA tenha infra-estrutura e sistemas administrativos que permitam facilidade na gestão da organização”.

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O que tinha crescido organicamente não era fácil. Então, embora eu tivesse sentimentos pessoais sobre a proposta e o que ela significava para mim, eu sabia que, a longo prazo, ela iria beneficiar o meu círculo. Podia ter trazido uma objeção para torná-la mais segura, mas eu sabia que era plenamente capaz de cumpri-la sem qualquer risco – é só que não seria nem um pouco divertido fazer isso. Mas participar de um círculo nem sempre envolve diversão. Nas minhas aulas de facilitação, ensino que, na rodada de consentimento ou objeção, a pergunta sobre a mesa não é “você gosta da proposta?”, mas “você acha que esta proposta vai contribuir para alcançar o objetivo do círculo?” Isso era nítido que sim. E foi assim que eu, de todo o coração, consenti com uma proposta que detestava!

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